Pequenos Pajés

15/05/2011 02:11

 

Jesus (Mateus XVIII, 1 a 7) respondeu a seus discípulos, que lhe perguntaram quem seria o maior no Reino dos Céus, chamando um menino para perto de Si: “Em verdade vos digo que se vos não converterdes, e vos não fizerdes como meninos, não entrareis no Reino dos Céus. Todo aquele, pois, que se fizer pequeno como este menino, será o maior no Reino dos Céus! E o que receber, em meu Nome, uma criança como esta, a Mim recebe. O que, porém, escandalizar a um destes pequeninos, que crêem em mim, melhor lhe fora se lhe pendurassem aos pescoço uma pedra de moinho, e o lançassem ao fundo do mar!” Por aí vemos que Jesus já se preocupava em mostrar a criança como exemplo da ação salvadora e sua importância na evolução espiritual. Nosso sistema educacional ainda é muito falho, e os pais, em sua maioria, não respeitam a sensibilidade infantil e procuram incutir em seus filhos a visão que têm do mundo, de si mesmos e da vida, na esperança de fazer dessas crianças uma cópia fiel deles, sem considerar suas reais necessidades. Isso inclui a nossa Doutrina. Liberadas para passar como pacientes em todos os trabalhos, exceto na Indução, onde é proibida a presença de menores de 10 anos, as crianças mostram-se atentas e curiosas, na marcha evolutiva que traz, a cada geração, espíritos mais evoluídos e preparados para os desafios da Nova Era. É claro que a criança, filha de Jaguares, já familiarizada com os trabalhos do Templo, tem uma forte tendência a se interessar pela Doutrina. Koatay 108 permitiu que as crianças, entre 7 e 12 anos, desde que devidamente autorizadas pelos seus pais ou responsáveis, e por seu livre arbítrio, freqüentassem aulas doutrinárias, formando um grupo denominado Pequeno Pajé, que passou a ambientar as crianças com a atividade mediúnica, porém sem praticar o mediunismo, satisfazendo suas necessidades psicológicas sem falar em mediunidade, espiritismo ou religião. Isso porque sabemos que a energia mediúnica, no período que vai da gestação até os 7 anos do ser humano, está de tal forma diluída em seu organismo que faz de toda criança um médium natural. Variando de indivíduo para indivíduo, cada criança tem sua mediunidade mais aguçada ou menos, mas, de uma forma ou de outra, isto é, vendo ou ouvindo ou até mesmo tocando espíritos, vivem em contato com um mundo invisível para os adultos. Com o passar do tempo, essa percepção vai sendo suprimida pela sensibilidade física, pelos sentidos, terminando por volta dos 7 anos de idade. Também, por força dessa percepção, as crianças atraem cargas e correntes negativas, principalmente nos lares onde os adultos não se desenvolveram mediunicamente. A partir dos 7 anos o processo se modifica, começando a criança a crescer, usando a energia de que dispõe para o desenvolvimento de seu plexo físico, e a percepção do mundo invisível dá lugar à imaginação, iniciando-se um período que vai até a adolescência, buscando sua afirmação psicofísica e enfrentando uma vasta gama de problemas, reais e imaginários, que devem ser compreendidos pelos pais, com amor e tolerância. Na fase da infância, o espírito encarnado está mais sensível às impressões que recebe e que podem ajudá-lo no seu adiantamento. Por isso, o maior cuidado deve ser mantido em qualquer atividade ligada à instrução doutrinária da criança, levando-se em conta a prioridade de sua energia na formação e no desenvolvimento de seu plexo físico - sistema nervoso, altura, peso, etc. - com ressonância no sistema psíquico. Dos 7 aos 12 anos, dependendo este limite da situação em que se encontrava o jovem, pois há casos em que fica a mediunidade de tal forma aflorada que é necessário adotar medidas excepcionais para manter o equilíbrio do indivíduo, a criança freqüentava o Pequeno Pajé, sendo, após aquela idade, encaminhada ao Desenvolvimento Especial dos Jovens. As exceções porventura detectadas na marcha normal dos trabalhos com as crianças deviam ser observadas pelos dirigentes do Pequeno Pajé e resolvidas em comum acordo com os Mestres Devas, no Templo-Mãe, ou com o Presidente do Templo Externo, levando em consideração somente as características realmente exibidas pela criança, sua real necessidade imperativa, e nunca por pressão ou interferência dos pais ou de qualquer outra pessoa. Haviam, também, exceções que eram avaliadas com referência a crianças com menos de 7 anos, que podiam freqüentar o Pequeno Pajé, sendo obrigatório, neste caso, o uso exclusivo do uniforme do Pequeno Pajé, não sendo permitido seu ingresso em uma Falange Missionária. Após os 7 anos era facultado à criança entrar em uma das falanges: Magos ou Príncipes Mayas, para os meninos; e Nityamas, Gregas ou Mayas, para as meninas. Em 22.10.83, Koatay 108 liberou as crianças para o trabalho especial de Prisioneiros. O uniforme do Pequeno Pajé se compunha:
a) para meninos: jaleco branco, calça comprida preta, fita Pajé e tiara com a pena;
b) para meninas: vestido branco, obedecendo ao modelo das ninfas, fita Pajé e tiara com a pena.
Os que ingressassem em Falange Missionária, usavam a indumentária respectiva, com a fita Pajé. Sua participação nos trabalhos era restrita, tendo Pai Seta Branca explicado que tal limitação era motivada pela presença de doentes, loucos e desajustados que levavam, aos setores de trabalho, correntes que podiam prejudicar o desenvolvimento físico e mental de uma criança. Por isso, não era permitida a participação do Pequeno Pajé nos Quadrantes da Unificação, no recebimento da Escalada, na Imunização e na Imantração do Templo.Podiam participar das cortes do Oráculo de Pai Seta Branca e da Cruz do Caminho, porém até às 18 horas e sem acesso ao interior dos respectivos Castelos; aguardavam, nos portões, até que o último Mestre entrasse e, então, seguiam até o Castelo dos Devas, onde desfaziam a corte. Em qualquer situação, o Pequeno Pajé só podia participar de algum trabalho até às 18 horas. O trabalho de Prisioneiro só podia ser feito das 10 às 18 horas. A partir de 1 de dezembro de 1996, por força de adequar nossos trabalhos ao Estatuto da Criança e do Adolescente, foi implantado um novo sistema de atendimento às crianças, denominado Projeto Casa Grande das Crianças de Tia Neiva, sendo suspenso o Pequeno Pajé e permitindo que somente após os 12 anos pudesse o jovem ingressar em uma falange missionária própria, porém só participando de cortes, e só podendo iniciar o seu Desenvolvimento a partir dos 16 anos, mediante autorização dos pais.

“Vamos, agora, à página da criança prisioneira: meninos - uniforme branco ou de Mago - e o da ninfa - branco ou uniforme de Prisioneira; duas semanas de aula; que tenha a autorização dos pais por escrito; idade de sete até quinze anos. Seu horário é das 10 horas da manhã às 18 horas da tarde, também aos domingos. As pessoas, logo que sentirem seus benefícios, irão na sua região oferecendo seus bônus. Salve Deus, Pequeno Pajé! Que Jesus esteja em teu coração. Que as forças benditas possam encontrar acesso, possam te iluminar. Precisamos, neste instante, harmonizar nossos pensamentos, para que mais uma vez seja feita a vontade de Deus no Pequeno Pajé. Hoje, tão pequeninos, porém, amanhã, serão ilustres homens que, com a fé cristã, levarão esta Doutrina à suprema divulgação que Pai Seta Branca merece... Meus filhos, meus pequeninos Pajés, que Jesus abençoe vocês, seus Papais, suas Mamães... 300 bônus por escrito no mínimo, no caderno.
OBS: Horário do trabalho de Julgamento do Pajé: 13 horas - para assumir Prisão e para se libertar. Para Nityamas, Gregas, Mayas, Magos e Príncipes, a responsabilidade é do Turno Vogues e do Mestre Mago.” (Tia Neiva, 22-10-83)

Projeto Casa Grande Tia Neiva

Casa Grande foi a denominação que demos à residência de Tia Neiva, uma casa de madeira, simples, espaçosa, onde eram acolhidas as crianças e os jovens, onde havia sempre um prato de comida para quem necessitasse. Atualmente, a Casa Grande foi transformada em Memorial de Tia Neiva, onde estão guardadas indumentárias e fotografias contando a história da nossa Clarividente. A transformação feita em novembro de 1996 no que toca à Doutrina para crianças e adolescentes, quando foi adequado o sistema ao Estatuto do Menor, fez com que houvesse uma nova orientação para os menores de 16 anos: a Linha de Passe foi mudada do Turigano para o antigo orfanato, sendo extinto o Pequeno Pajé, e foi adotado o que se chamou Projeto Casa Grande das Crianças de Tia Neiva, em que se fixaram algumas metas, estabelecidas de acordo com faixas etárias, buscando atender a todas as crianças entre 4 e 16 anos, que, após passarem na Linha de Passe, recebem um lanche e vão para suas respectivas salas, onde têm o atendimento, previamente planejado, de mestres e ninfas que lhes proporcionam jogos, diversões e noções de Evangelização, sem qualquer comprometimento doutrinário, e rudimentos de conhecimentos profissionalizantes. Essas atividades são coordenadas pela 1a. Coordenadora Nair Zelaya, ninfa do Trino Ajarã, e há uma escala semanal para os mestres e ninfas que se encarregam do lanche e do almoço a serem servidos. Após o almoço, as atividades são encerradas.


I - APRESENTAÇÃO: Neste trabalho, que denominamos Casa Grande de Tia Neiva, procuramos expor um pouco de nossa vontade de proporcionar às nossas crianças e adolescentes assistência sociocultural, médica, psicopedagógica e alimentar. Mais que um simples desejo, mais que um gesto emblemático, neste projeto expressamos um pouquinho da consciência tomada em nós pela nossa mãe mentora Tia Neiva. Por acreditarmos na Doutrina que praticamos, nos colocamos à disposição das nossas crianças e adolescentes, na esperança de conduzi-los a uma vida melhor.


II - JUSTIFICATIVA: As Obras Sociais da Ordem Espiritualista Cristã - Vale do Amanhecer, buscando proporcionar melhor assistência às crianças e adolescentes que integram esta comunidade, principalmente naquilo que preconiza o Estatuto da Criança e do Adolescente, independente de auxílio das instituições de assistência do Governo federal ou estadual, desenvolverão este projeto com a participação de voluntários, vez que reconhecemos a necessidade de maior integração da comunidade local no cumprimento de objetivos socioculturais, o que, sem dúvida, contribuirá na preparação das crianças e adolescentes de hoje para serem os homens de amanhã. Todo o esforço será conjugado para implantação deste projeto, que desenvolverá programa de assistência integral envolvendo alimentação, saúde, lazer e orientação familiar, voltado exclusivamente para a formação saudável e equilibrada das crianças e adolescentes do Amanhecer. Por outro lado, significa reabrir o Orfanato, dentro de uma nova filosofia, auxiliando os pais a um melhor convívio e educação dos filhos, de acordo com as exigências cada vez maiores da sociedade contemporânea. Ainda significa um resgate dos sonhos e objetivos de nossa eternamente querida Tia Neiva que, sem as condições de que dispomos atualmente, lutou incessantemente e, enquanto neste plano físico, manteve aberta e em pleno funcionamento a “Casa de Mãe Tildes”. Não queremos aqui imitá-la, mas, de certa forma, por em prática aquilo que nos foi ensinado por ela, que é “Colocar Deus no coração do Homem!” A OSOEC sente-se no dever de tomar esta iniciativa no contexto social, buscando fazer aquilo que lhe é possível, no sentido de minorar o desnível sócio-cultural daqueles pequeninos que integram sua comunidade.


III - OBJETIVO GERAL: Realizar semanalmente, aos domingos, a partir do primeiro domingo de dezembro, a distribuição de sopa e a execução de atividades psicopedagógicas, psicomotoras, artes cênicas, artes plásticas, artesanato, educação sexual, prevenção ao uso de drogas, palestras voltadas para a formação moral e de caráter, oficinas nas diversas modalidades - confecção de brinquedos utilizando sucata e atividades profissionalizantes como tapeçaria, bordado, tricô, crochê, pintura em tecido, etc., com crianças e adolescentes da Casa Grande de Tia Neiva, na faixa etária de quatro a dezesseis anos.


IV - METAS:
1) Realizar atividades educativas com crianças de quatro a dezesseis anos;
2) Cadastrar voluntários que desejam participar da execução do projeto e oferecer treinamento aos mesmos;
3) Formar equipes de trabalho que desenvolverão as atividades diretamente com as crianças uma vez por mês, sob a forma de escala;
4) Melhorar a infra-estrutura do prédio, os recursos materiais e humanos,evitando, assim, a improvisação;
5) Implantar o Projeto Casa Grande de Tia Neiva experimentalmente no Templo-Mãe e, após avaliação, implantá-lo em todos os Templos do Amanhecer.


V - DIRETRIZES:
1) Transformar, a longo prazo, o antigo Orfanato “Crianças de Mãe Tildes” (desativado) em uma creche;
2) ampliar o trabalho desenvolvido com as crianças do “Pequeno Pajé” na Doutrina e na comunidade Vale do Amanhecer, oferecendo, também, assistências sócio-educativa e alimentar a curto prazo.

VI - OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
1) Oferecer, semanalmente, sopa para as crianças e adolescentes;
2) Desenvolver,semanalmente, atividades educativas sob a forma de circuito;
3) Cadastrar e oferecer treinamento prévio aos voluntários que desejarem participar da execução do projeto;
4) Oferecer crachás de identificação para os voluntários;
5)Cadastrar crianças e adolescentes interessados em participar do projeto;
6) Oferecer crachá de identificação para cada criança ou adolescente cadastrado, o qual deverá ser afixado visivelmente;
7) Dividir as crianças em grupos, utilizando cores: I Grupo - Azul (4 a 6 anos), II Grupo - Amarelo (7 a 9 anos), III Grupo - Vermelho (10 a 12 anos) e IV Grupo - Verde (13 a 16 anos); 8) Criar temas geradores para serem explorados nas diversas áreas de artes plásticas, artes cênicas, artesanato, recreação e jogos desportivos, psicomotora, ensino religioso, etc.; 9) Implantar oficinas para confecção de brinquedos utilizando sucata e cursos de tricô, crochê, artesanato, bordado em tecido, noções de eletricidade, de marcenaria, de serigrafia, etc.; 10) Realizar apresentações de arte e cultura, como capoeira, karatê, teatro, etc.; 11) Convidar profissionais como médicos, advogados, psicólogos, enfermeiros, policiais e bombeiros, professores, etc., para realizar palestras sob temas diversos, de acordo com as necessidades da comunidade; 12) Angariar material necessário para a execução do projeto; 13) Realizar, trimestralmente, encontro com os pais ou responsáveis pelas crianças que participarem do projeto; 14) Oferecer noções básicas de Informática; 15) Ministrar ensinamentos sobre alimentação alternativa e plantas medicinais.

OBS: Os itens VII - Cronograma, VIII - Recursos Humanos, IX - Recursos Materiais, X - Contrapartida Financeira e XI - Custos, bem como os vários modelos utilizados, não foram aqui transcritos por ficarem sujeitos a alterações e adequações diversas.

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